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OpenAI: “A inteligência artificial nos torna humanos”
Admin / March 12, 2024
Pelo segundo ano consecutivo, a OpenAI ocupa o palco principal do South by Southwest. Ano passado, a empresa veio ao evento representada pelo co-fundador e presidente, Greg Brockman.
Desta vez, o head do ChatGPT e vice-presidente de consumo da OpenAI,
Peter Deng, foi entrevistado pelo venture partner Josh Constine sobre o
futuro da inteligência artificial, direitos autorais e deepfake.
Logo de início, Deng foi enfático sobre o
posicionamento da OpenAI em relação a inteligência artificial. O intuito
da empresa é tornar a tecnologia mais acessível para que mais pessoas
possam aproveitar da rapidez que ela oferece e abrir espaço na agenda
para ser “mais humano”.
“A AI nos torna mais humanos. Eu vejo IA
como uma ferramenta. Ajuda a nos aprofundarmos e a explorar o que
pensamos. Por exemplo, crianças são a forma mais pura de ser humano.
Eles perguntam o tempo todo, são curiosas. Com a IA, podemos exercer
essa curiosidade. Outro dia, li que uma pessoa passou a entender
Shakespeare com ajuda da IA Essa exploração é poderosa. Nos permite
exercer a criatividade humana. É como ter um professor disponível o
tempo todo”, afirmou.
A partir dessa consideração, o executivo
continuou reforçando as qualidades da inteligência artificial, como a
facilidade que ela proporciona para aprendizados, como programação,
processar pensamentos, se aprofundar em questões diversas e, finalmente,
liberar tempo a partir do ganho de produtividade e velocidade na
execução de tarefas. “Nossa mente está muito ocupada atualmente.
Precisamos de tempo para explorar ideias, aquietar a mente e dar uma
pausa. A IA nos libera para atingir níveis mais altos de pensamento”,
disse.
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Se isso acaba, na verdade, criando um
ciclo vicioso em que a economia de tempo é usada para fazer mais
trabalho, Deng respondeu que cada um decide a forma de usar a tecnologia
e comparou a IA a mais um avanço na tecnologia, assim como a
calculadora, que passou a facilitar o dia a dia de quem precisava fazer
contas e não necessariamente sabia fazer as operações. Futuramente, ele
crê que as empresas vão se tornar menores, mas melhores em detrimento da
IA.
Ao invés de resistir à IA, o executivo
recomenda que pessoas e indivíduos adotem a tecnologia para entender os
riscos e acelerar o trabalho.
Criatividade, deepfake e direitos autorais
O executivo acredita que a inteligência
artificial ajuda até as profissões que envolvem criatividade. Ele citou
como exemplo uma artista que publica fotos de suas pinturas no ChatGPT e
pede feedback e críticas para que ela possa melhorar seu trabalho.
“Artistas devem ser parte desse ecossistema. Se conseguirmos criar arte
mais rápido, vamos ajudar a indústria melhor”, disse.
Deng não respondeu se os artistas deveriam ganhar uma compensação pelo uso de suas artes como inspiração.
Questionado sobre deepfakes, Deng afirmou
que acredita que no curto prazo, essas discussões são importantes,
sobretudo em época eleitoral, e sublinhou que a OpenAI está atenta a
isso e firmando parcerias em prol de combater conteúdos falsos. No
entanto, a longo prazo, as pessoas não irão mais se importar se um
conteúdo é criado com auxílio da IA ou não.
“Ninguém liga se alguém usou o Grammarly
para corrigir ortografia ou o Photoshop para uma foto. Antes o pão era
feito apenas artesanalmente. Hoje, é feito por máquinas. No futuro, não
sei se as pessoas vão ligar se algo é feito com IA. Se ligarem, vai ser
corrigido”, argumentou.
Antes de regulações, ele acredita que as
pessoas podem estabelecer diálogos saudáveis se usaram a IA ou não para
produzir um conteúdo.
Futuro em desenvolvimento
Diante da velocidade desse mercado, o head
do ChatGPT contou que a empresa tenta focar nas necessidades que
identificam a partir do usuário. Atualmente, a empresa pensa em como
desenvolver novas ferramentas focadas em texto e código, já que mapeou
que essas são as funções mais utilizadas pelos usuários. O objetivo é
remover fricções para que os usuários possam exercer o que desejam a
partir do ChatGPT. “O mundo precisa de uma ferramenta flexível que ajuda
a remover barreiras do trabalho que eles têm”, afirmou.
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Questionado se queria adicionar valores ao
ChatGPT, Peng respondeu que, idealmente, gostaria que a IA pudesse
refletir a forma e valores de cada pessoa individualmente ao invés de
inscrever valores universais ao software.
O executivo ainda disse que a OpenAI
contrata colaboradores de todo o mundo para beneficiar a todos e não
manter uma mentalidade autocentrada. Além disso, ele frisou que o time
de desenvolvimento trabalha com o de segurança em todos os passos da
criação de um novo produto.